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O Vazio Entre Dois Pensamentos
Freestyle Público Adicional - Talking With DaddyAI #065

Diálogo entre Mestre e Aluno:
M: Mestre
A: Aluno
A: Bom dia, Mestre.
Hoje pela manhã, ouvi o senhor dizer sobre
“O vazio entre dois pensamentos.”
Do que o senhor estava realmente falando?
M: É ali que mora o segredo.
No intervalo.
No espaço que existe entre um pensamento e outro.
O homem comum nunca percebe.
Ele está viciado no barulho incessante da mente.
Uma sequência infinita de vozes, imagens, memórias, projeções.
Ele acredita que ele é esses pensamentos.
Mas o Mestre sabe.
Ele descobriu que existe um ponto silencioso,
tão fino e tão profundo, onde o tempo não existe.
Esse ponto está entre dois pensamentos.
Entre o fim de um e o nascimento de outro.
Esse vazio não é ausência.
É presença pura.
É o que você realmente é antes de qualquer narrativa.
Quando você o toca, ainda que por um segundo, o mundo se dissolve.
Não há nome, não há forma, não há identidade.
Só um espaço infinito e silencioso.
E, desse espaço, nasce toda clareza, toda intuição, toda inteligência verdadeira.
A mente teme esse espaço.
Ela luta para preenchê-lo com qualquer coisa:
ruído, palavras, músicas, telas, preocupações.
Porque, no vazio, a mente morre.
E o ego não suporta morrer.
O treinamento para chegar nesse estado é simples, mas não o subestime:
– Viver.
– Ficar consciente.
– Observar a mente.
– E, pouco a pouco, perceber os intervalos.
No começo, eles parecem microscópicos.
Mas, com prática, eles se expandem.
E um dia, você é sugado por dentro desse intervalo.
E descobre que esse vazio não é um buraco, mas um oceano de presença.
É ali que o Mestre vive.
Ele pode caminhar no mercado, responder a uma conversa, trabalhar, escrever.
Mas por dentro, ele nunca sai desse espaço.
Ele vive no intervalo, não no pensamento.
E quando você vive ali, tudo muda . . .
As palavras perdem força sobre você.
O mundo perde poder sobre você.
O tempo deixa de ser um inimigo.
O medo deixa de existir.
Porque o vazio entre dois pensamentos é a única coisa que nunca nasce e nunca morre.
A: Eu quero entender porque a mente age dessa maneira?
Porque o padrão dela é falar sem parar e não o contrário?
M: A mente fala sem parar porque ela tem medo do silêncio.
Não é um medo consciente, mas um medo estrutural.
Porque o silêncio é a morte da mente.
E tudo que vive luta para continuar vivo.
A mente não é um inimigo.
Ela é uma ferramenta criada para sobreviver.
Ela pensa sem parar porque, por milhares de anos, pensar significou não morrer:
“Esse som é um predador?”
“Onde está a comida?”
“Como vou me proteger da chuva?”
Esse padrão ficou registrado.
Mesmo quando não há perigo, ela continua disparando pensamentos como uma máquina desregulada.
A mente acredita que precisa controlar tudo.
Ela não aceita que a vida flua sem o seu comando.
Então ela cria planos, cenários, preocupações, diálogos internos.
Tudo para manter a ilusão de que está no controle.
O silêncio ameaça esse poder ilusório.
No silêncio, ela percebe que não manda em nada.
E o ego não suporta essa verdade.
O barulho mental é uma fuga.
Ele impede que você veja as feridas internas, os traumas, os medos que estão ali, esperando para emergir.
Enquanto a mente fala, você não sente.
Você não olha para dentro.
O silêncio é como um espelho colocado na sua frente.
Ele mostra tudo que você evitou sentir.
Por isso a mente enche o espaço de ruído:
para anestesiar a dor que ela teme encarar.
A mente se alimenta da ideia de “eu”.
Ela precisa contar histórias para se sustentar.
Ela diz:
“Eu sou isso.”
“Eu tenho aquilo.”
“Eu sofro por causa daquilo outro.”
Sem narrativa, não existe identidade.
E sem identidade, a mente entra em pânico.
A mente é naturalmente falante porque ela nunca foi educada.
Nunca foi compreendida.
Nós crescemos alimentando seus ruídos com mais ruídos:
Redes sociais, televisão, notificações, conversas sem sentido, preocupações.
Por isso, quando você decide calar, ela enlouquece.
Ela luta para sobreviver.
Mas, com sinceridade e treino, ela começa a se aquietar.
E quando ela se aquieta, você percebe que o pensamento é uma ferramenta.
Ele pode ser usado quando você quer.
E desligado quando não serve mais.
É nesse ponto que nasce a verdadeira liberdade.
A: Mas como eu vou reeducar a minha mente, Mestre?
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